
Nas
últimas décadas o desenvolvimento tecnológico e econômico tem despertado na
sociedade a consciência de relacionar a biotecnologia e o meio ambiente
avaliando mais reflexivamente o conceito de sustentabilidade e dando a real
importância à conservação e preservação da biodiversidade.
Contudo,
a Biotecnologia busca em um conjunto de técnicas otimizar, através da
manipulação de material genético de seres vivos, um desenvolvimento adequado
para a população. Segundo alguns pesquisadores, ela tem sua relevância não
apenas na agricultura, mas também possui fins industriais ou medicinais fazendo
com que aumente a capacidade de melhorar a saúde humana e o bem estar dos
consumidores.
Experimentos
mostram aspectos positivos na agricultura, onde sementes transgênicas oferecem
menos perda em razão de plantas inovadoras ou ataque de insetos, significando
um aumento na produtividade por área plantada.
Além
de reduzir a pressão em novas áreas agriculturáveis, preservando, assim, também
as florestas e vegetações nativas que seqüestram carbono e mitigam os efeitos
do aquecimento global. Outro benefício seria o desenvolvimento de plantas não
comestíveis com alta capacidade de absorção, utilizadas para a recuperação de
solos e águas contaminadas com materiais pesados. Porém, as vantagens dessa
engenharia nas mais variadas técnicas vão muito além de benefícios ambientais,
garantindo um futuro para a sociedade atual.
Além
disso, cientistas espanhóis desenvolveram um milho transgênico com níveis
elevados de três nutrientes: betacaroteno, folato e ascorbato (vitaminas A, B,
C respectivamente). O genoma da planta
foi modificado com três genes, um para sístese de cada molécula. O experimento
foi feito com milho branco, principal variedade consumida na África
subsaariana, e os cientistas propõem que ela seja usada para reduzir a
desnutrição no continente.
Por
outro lado, alguns opositores dos transgênicos têm atentado para os perigos que
os alimentos alterados geneticamente podem representar para a saúde humana e
para o meio ambiente, como alergias, intolerância, etc. Algumas pesquisas com o
gene que comanda a síntese da toxina Bt, por exemplo. Ele foi retirado de uma
bactéria e inserido no DNA do milho. Esse mata lagartas que se alimentam dele,
mas é totalmente inofensivo ao ser humano. Todavia, algumas lagartas mostram-se
geneticamente resistentes à ação de lagartas. Logo, as desvantagens são alguns
acidentes que essas pesquisas podem causar provocando sérias reações de intolerância
alimentícia em nosso organismo. Especialistas receiam que as plantas transgênicas
cruzando naturalmente com seus similares não modificados, possa haver prejuízo
para a biodiversidade, pois passariam a existir apenas híbridos com pouca
viabilidade.
Portanto,
através de estudos com bases científicas nas mais variadas áreas da tecnologia,
podemos dizer que a Biotecnologia desempenha papel importante para atingir as
metas de sustentabilidade. Muitas de suas aplicações podem ser vantajosas para
a humanidade, mas geram controvérsias a
respeito das consequências sobre a saúde humana e animal, os impactos ambientais e a sociedade. O
certo é que ainda não se sabe ao
certo os efeitos a longo prazo.
Entretanto,
são necessárias ações políticas e jurídicas para nortear a introdução de novas
tecnologias nos sistemas produtivos para que o avanço econômico tenha
resultados significativos na sociedade, buscando a sustentabilidade por meio de
técnicas biotecnológicas, embora, por enquanto, ainda não serem competitivas
com as tecnologias convencionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLARA, Ana Guerrini
Schenberg. Biotecnologia e
desenvolvimento sustentável. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142010000300002.
SANTOS, Manassés Silva.
Desenvolvimento e Sustentabilidade: uma
discussão socioeconômica e ambiental. Disponível em: http://www.cib.org.br/em-dia-com-a-ciência/biotecnologia-e-meio-ambiente-uma-associação-a-favor-da-sustentabilidade/
PEZZI, Antonio; OSSOWSKI, Demétrio Gowdak; SIMÕES, Neide de Mattos. BIOLOGIA: Citologia, embriologia, histologia. 1ed. FTD. São
Paulo, 2010.